terça-feira, 28 de julho de 2009

Frei Betto

Frei Betto, nanquim
Ilustração aprovada pelo PNLD 2011Todos os direitos reservados


No bairro, a meninada gravava
no cimento fresco o próprio nome, movida por essa humana necessidade
de reconhecimento que, na idade adulta, corre o risco de derivar para a
ambição de fama. Adotei o duplo “t” para diferençar-me de meus xarás na
turma de rua. E, ao duplicá-lo pela primeira vez, aos 11 anos, quando tratei
de o assinalar a carvão no muro de um vizinho, veio-me à mente a piedosa
lembrança de que eu acrescia ao apelido a marca da cruz de Jesus.

BETTO, Frei. Alfabetto – autobiografia escolar. São Paulo: Ática, 2002. p. 61-66.

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